segunda-feira, 20 de outubro de 2014


O JUDOKA E A SUA INVENCIBILIDADE PELA SUA PAZ INTERIOR!

O Mestre realmente competente convence, mas não discute.
Um verdadeiro soldado luta, mas não tem raiva.
Um vencedor real supera, mas não se irrita.
Um autentico chefe coloca cada homem no seu lugar,mas não tiraniza ninguém.
Essa atuação nascida de dentro conserva a paz verdadeira, e é pratica de uma arte sublime de conduzir homens suavemente.
É uma atuação oriunda do alto.
Semelhante atuação foi desde sempre considerada e praticada pelos verdadeiros mestres do judô.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014







O JUDOKA E  SUA LUTA INTERIOR PARA A MELHORA DE SUAS VIRTUDES INDIVIDUAIS.

É  obvio  que o ser humano não está nesse planeta apenas para conquistas físicas e materiais através de seus feitos, perante os seus pares.

A energia que mantém o universo em constante movimento de aperfeiçoamento, denominada por nós seres humanos, como DEUS, não nos colocaria nesse contexto universal sem um propósito real.

Esse propósito é sem sombra de dúvida o aprendizado e o aperfeiçoamento ininterrupto de nossas virtudes individuais, tais como: TOLERÂNCIA , PACIÊNCIA, RESIGNAÇÃO, FÉ E DETERMINAÇÃO.

Digo isso, exatamente nessa ordem, porque todos nós que habitamos esse mundo material,  diariamente somos provados, testados e na maioria das vezes reprovados nessas virtudes supra citadas, por culpa de nossas vicissitudes que infelizmente, na maioria das vezes estão entranhadas nas ações realizadas por nós em nosso dia dia, tais como: ORGULHO e VAIDADE dentre tantas outras, escolhi essas duas para reflexão dos discípulos de Jigoro Kano.

Há muito, troquei a palavra ORGULHO por SATISFAÇÃO  e VAIDADE por SERENIDADE, é importante lembrar que diversas pessoas mascaram seu orgulho com a defesa de sua dignidade e se envaidecem por conta do pseudo conhecimento que acham possuir.

No judô temos uma verdadeira escola de conhecimento metafísico das qualidades superiores, que um verdadeiro homem de bem e cidadão correto, deve aprender, mas isso exige uma auto análise, comecemos pelos graus que o judoka conquista passo a passo dentro dessa arte do equilíbrio chamada judô.

As Faixas não são motivos de orgulho e vaidade, na verdade elas deveriam ser escalas de auto conhecimento na prática diária de virtudes, tais como: EDUCAÇÃO MORAL ,HUMILDADE,COMPANHEIRISMO,LEALDADE, HONESTIDADE e DEDICAÇÃO.

Infelizmente são pouquíssimos os que não se deixam iludir por essa passagem tão rápida que é a vida!

Passamos a maioria de nossa vida terrena correndo cegamente atrás de títulos honoríficos que em grande parte das situações são esquecidos pelo tempo. Só sobrevive a morte aquele que realmente deixou grandes obras através de seus exemplos e atos individuais visando o bem coletivo.

No judô, jamais treinaremos e progrediremos sem o auxilio de outro companheiro judoka, isso posto, temos todos que ajudar uns aos outros , não só com auxílios físicos, mais principalmente com o apoio moral exercitando as virtudes citadas no primeiro parágrafo, necessariamente naquela ordem:
TOLERÂNCIA:  Para compreender que ninguém nasce com personalidade igual, e cada um tem suas ideias e opiniões;

PACIÊNCIA: Para entender e perdoar com indulgência, os deslizes morais dos seres humanos, afinal de contas nem um de nós é perfeito, porém, devermos buscar de forma incessante a perfeição;

 RESIGNAÇÃO: O judoka deve aceitar o desafio de que sua reforma íntima é sua luta interior, seu maior e verdadeiro troféu. Atingirá seu adversário interior com a constância de sua humildade e perseverança no bem;

FÉ: Mãe da esperança, sem ela não teremos forças para nenhuma luta, nem corporal nem moral. Para compreendermos e exercitarmos a nossa fé , se faz necessário a observância da lei de causa e efeito,
que é muito simples de entender: FAÇA O BEM = RECEBA O BEM!

DETERMINAÇÃO: Jamais perder nosso foco na prática dessas virtudes, nos meus 52 anos de vida, aprendi que
só com a prática e o aperfeiçoamento dessas virtudes é que atingiremos uma plenitude de PAZ e PROSPERIDADE.
O melhor de tudo é podermos iniciar e reiniciar essa caminhada constantemente, ou seja, caia 10 vezes ...levante-se 11, se o mal vier utilize um tai Sabaki (Esquiva) e deixe ele passar de lado, pois a força com que ele vier contra você será dobrada para ele próprio e cedo ou tarde aprenderá que não existe o mal, existe apenas a ausência do bem!

JUDOKAS PERSEVEREM NESSA LUTA INTERIOR!

NOSSO OBJETIVO MAIOR É A CONSTANTE PRÁTICA DO BEM COLETIVO.

JACIANO DELMIRO - 5º DAN


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Regras de etiqueta de um praticante de Judô

 

1.     Cumprimentar o local de treinamento antes de entrar para o treinamento e antes de sair após o treino.

2.  Cumprimentar o mestre após entrar no local de treinamento e antes de sair do mesmo.

3.  Não tirar o kimono dentro do local de treinamento. É uma atitude de respeito manter o kimono bem amarrado, limpo e em perfeito estado.

4. O local de treinamento não é uma cama ou um sofá. Deve-se manter uma postura adequada quando sobre o mesmo.

5. Não brigar nunca. Lembrar que a arte ensinada é para defesa pessoal e só deve ser usada como último recurso.

6. Cumprimentar o companheiro de treino antes e após a luta, afinal ele está emprestando-lhe o corpo para que você possa realizar seu treinamento.

7. Nunca aplicar uma técnica se você sabe de antemão que irá machucar o companheiro ou adversário.

8. Só treinar as técnicas correspondentes à sua graduação, aguardando a observação eficaz de seu Sensei.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Seus 50 anos.

No dia 22 de dezembro de 1962, nascia um garotinho destinado a muitos feitos. De família simples, sempre foi muuuuiiito danado... menino solto e cheio de personalidade...  e daí que desse conjunto saiu um judoquinha que teve seus primeiros quimonos costurados pela irmã, feitos de saco de farinha. Logo o menino pegou gosto pela luta e foi ganhando e crescendo, crescendo e ganhando... e adolescente já tinha renome, títulos, e fãs pelo seu bairro e até nas festinhas de clube, hehe... rapaz bonito, já ajudava a dar aulas e travava lutas inesquecíveis nos campeonatos pernambucanos da época... já homem feito e militar, escreve seu nome no judô nacional e vai se firmando como professor. Marido e pai, o judô ainda assim é quase componente da família... fez seu nome como formador de campeões, como técnico de seleções e como árbitro, tanto no âmbito nacional como internacional. Fez muitos amigos, alguns deles irmãos, pelo seu caminho, e hoje alguns até já se foram... mas o amor perdura no coração desse judoca. Amor alucinado por essa arte marcial que pulsa, vibra e grita através dele... quase são sinônimos... judô e Delmiro. Sim, porque o amor pelo “Caminho Suave“ é quase sua definiçao, seu conceito... lhe deu a direção para a formação do seu caráter  e o prazer de lutar como um modo de vida. E hoje, nesta data que se faz um marco pra você e pra nós que estamos ao seu lado a um bom tempo de sua caminhada, é muito bom vislumbrar o que passou e ver como tudo rendeu frutos tão felizes e bonitos... como quadros e mais quadros de momentos felizes e cores lindas. São 50 anos pai, e, sinceramente, muito pouco pro que ainda há de vir, de ser vivido. Fecha-se um ciclo, colhe-se os frutos, e vem agora um novo começo, bem mais fácil, bem mais sábio, pra ser aproveitado, saboreado, com a plenitude da satisfação. Parabéns ao judoca com coraçao de quimono cheio de amor, que fez e faz a minha vida e a de quem tanto o ama como eu, mais feliz e completa.

“ I hope you don't mind that I put down in words, How wonderful life is while you're in the world...“ (Your Song - Elton john)

Te amo pai. Demais... e que venham, no mínimo, mais 50. ;)

Ísis.

domingo, 4 de novembro de 2012

O Judô e o Desenvolvimento Infantil

Dimitri, filho e neto de judocas.

É muito comum atualmente ver pais matricularem seus filhos no Judô, pois acreditam eles que por ser uma arte marcial japonesa, a criança será formada com valores como respeito, integridade, disciplina, entre outras coisas.

Segundo Piaget  – cientista que estudou os estágios de desenvolvimento infantil – a criança passa por algumas fases durante o seu crescimento. Normalmente quando matriculadas no Judô, as crianças encontram-se na fase que Piaget chama de Estágio Pré-Operatório (entre 2 e 7 anos de idade). Esta fase é também chamada de fase intuitiva, e é de extrema importância para o desenvolvimento da criança, e é nesta fase que a criança usa a estratégia do jogo simbólico para organizar e compreender o mundo, além de usar o jogo para livrar-se de algumas angústias. Isso é certo, mas também é errado. Não basta matricular o filho numa academia para achar que ele se tornará outra pessoa. A educação da criança deve ser o mais uniforme possível tanto em sua escola como em sua casa e em seu dojo. As vezes, basta um exemplo aparentemente inocente dado pelos pais, que a criança copia e aprende de modo equivocado. Além disso, a grande vantagem do judô para as crianças não é o fato de ser uma arte marcial japonesa com seus conceitos rígidos, mas outros muito mais importantes.

No jogo simbólico, a criança fantasia a realidade. Diz que seu carrinho de brinquedo é uma nave espacial, e que seu boneco tem superpoderes. Diz que duas pedras no chão é a base secreta, e se passa uma formiga, é um dinossauro gigante. Tudo isso faz muito sentido para a criança, apesar de que, as vezes para os adultos, é uma fantasia irrelevante.

Nessa fase do desenvolvimento infantil, a criança normalmente é egocêntrica, de modo que não consegue colocar-se no lugar de outra de maneira abstrata. O Judô trabalha isso com os jogos, as lutas e principalmente com a graduação. À medida que a criança cresce, ela se gradua, e ela percebe que deve ser exemplo para as crianças menos graduadas, que vão seguir o mesmo caminho que ela seguiu.O judô trabalha muito com jogos simbólicos. É durante o treino que a criança cria certas fantasias para poder entender um golpe, entender a sua relação com a outra criança, entender que as vezes ela pode machucar o outro. Muitas vezes, a criança acha que o Judogi (kimono) é uma armadura que lhe dá poderes, e com isso, ela se sente capaz de usar o corpo para realizar os movimentos aprendidos, e assim, desenvolver sua capacidade motora.

O respeito pelo outro é trabalhado no judô tanto através da graduação, onde a criança mais graduada percebe que deve ser exemplo, e a menos graduada percebe que deve respeitar tanto o professor como as crianças mais graduadas, como também é desenvolvido através do treino. Uma técnica pode machucar, e por isso, não deve ser aplicada para machucar o colega de treino. A criança aprende que ultrapassar os limites do seu próprio corpo pode significar machucar um amigo, e por isso, é preciso desenvolver um auto-controle.

Os jogos tem outro papel importante nesta fase do desenvolvimento: para a criança, o jogo não é apenas uma brincadeira, mas é um modo de organizar o mundo e entender qual o seu papel nesse mundo. Por isso, muitas vezes a criança não aceita a derrota com facilidade. As vezes cria estratégias nos jogos para modificar as regras e sair sempre vencendo, pois a derrota afeta sua auto-estima.
No Judô, as competições servem para trabalhar a derrota. Desde os treinos dentro do dojo, a criança vai aprendendo que numa luta, apesar de um vencer e outro perder, aquilo é momentâneo. Em competição, isso é trabalhado ao extremo, pois a criança é colocada para lutar contra uma outra criança normalmente desconhecida, e seus pais, amigos e o seu sensei estão lá torcendo por ela. Ela sente uma obrigação maior em vencer. É fundamental, neste momento, que desde o início a criança já esteja preparada para a derrota, e entenda a derrota não como a sua incompetência, mas sim, como algo natural que ela use para crescer e desenvolve-se, sem se colocar como um eterno perdedor. Por isso, as escolas de Judô realizam campeonatos internos, pois as crianças disputam contra conhecidos e tem seus pais torcendo, e nestes campeonatos o Sensei pode, em cada luta, ensinar o papel daquela derrota, e mostrar que é através de certas derrotas que cada vez mais vencemos.

Assim, se o seu filho ainda não faz Judô, procure matriculá-lo, pois estas são apenas algumas das diversas razões em que vale a pena ver a criança crescer neste ambiente de arte marcial.




(texto adaptado daqui.)