domingo, 23 de dezembro de 2012

Seus 50 anos.

No dia 22 de dezembro de 1962, nascia um garotinho destinado a muitos feitos. De família simples, sempre foi muuuuiiito danado... menino solto e cheio de personalidade...  e daí que desse conjunto saiu um judoquinha que teve seus primeiros quimonos costurados pela irmã, feitos de saco de farinha. Logo o menino pegou gosto pela luta e foi ganhando e crescendo, crescendo e ganhando... e adolescente já tinha renome, títulos, e fãs pelo seu bairro e até nas festinhas de clube, hehe... rapaz bonito, já ajudava a dar aulas e travava lutas inesquecíveis nos campeonatos pernambucanos da época... já homem feito e militar, escreve seu nome no judô nacional e vai se firmando como professor. Marido e pai, o judô ainda assim é quase componente da família... fez seu nome como formador de campeões, como técnico de seleções e como árbitro, tanto no âmbito nacional como internacional. Fez muitos amigos, alguns deles irmãos, pelo seu caminho, e hoje alguns até já se foram... mas o amor perdura no coração desse judoca. Amor alucinado por essa arte marcial que pulsa, vibra e grita através dele... quase são sinônimos... judô e Delmiro. Sim, porque o amor pelo “Caminho Suave“ é quase sua definiçao, seu conceito... lhe deu a direção para a formação do seu caráter  e o prazer de lutar como um modo de vida. E hoje, nesta data que se faz um marco pra você e pra nós que estamos ao seu lado a um bom tempo de sua caminhada, é muito bom vislumbrar o que passou e ver como tudo rendeu frutos tão felizes e bonitos... como quadros e mais quadros de momentos felizes e cores lindas. São 50 anos pai, e, sinceramente, muito pouco pro que ainda há de vir, de ser vivido. Fecha-se um ciclo, colhe-se os frutos, e vem agora um novo começo, bem mais fácil, bem mais sábio, pra ser aproveitado, saboreado, com a plenitude da satisfação. Parabéns ao judoca com coraçao de quimono cheio de amor, que fez e faz a minha vida e a de quem tanto o ama como eu, mais feliz e completa.

“ I hope you don't mind that I put down in words, How wonderful life is while you're in the world...“ (Your Song - Elton john)

Te amo pai. Demais... e que venham, no mínimo, mais 50. ;)

Ísis.

domingo, 4 de novembro de 2012

O Judô e o Desenvolvimento Infantil

Dimitri, filho e neto de judocas.

É muito comum atualmente ver pais matricularem seus filhos no Judô, pois acreditam eles que por ser uma arte marcial japonesa, a criança será formada com valores como respeito, integridade, disciplina, entre outras coisas.

Segundo Piaget  – cientista que estudou os estágios de desenvolvimento infantil – a criança passa por algumas fases durante o seu crescimento. Normalmente quando matriculadas no Judô, as crianças encontram-se na fase que Piaget chama de Estágio Pré-Operatório (entre 2 e 7 anos de idade). Esta fase é também chamada de fase intuitiva, e é de extrema importância para o desenvolvimento da criança, e é nesta fase que a criança usa a estratégia do jogo simbólico para organizar e compreender o mundo, além de usar o jogo para livrar-se de algumas angústias. Isso é certo, mas também é errado. Não basta matricular o filho numa academia para achar que ele se tornará outra pessoa. A educação da criança deve ser o mais uniforme possível tanto em sua escola como em sua casa e em seu dojo. As vezes, basta um exemplo aparentemente inocente dado pelos pais, que a criança copia e aprende de modo equivocado. Além disso, a grande vantagem do judô para as crianças não é o fato de ser uma arte marcial japonesa com seus conceitos rígidos, mas outros muito mais importantes.

No jogo simbólico, a criança fantasia a realidade. Diz que seu carrinho de brinquedo é uma nave espacial, e que seu boneco tem superpoderes. Diz que duas pedras no chão é a base secreta, e se passa uma formiga, é um dinossauro gigante. Tudo isso faz muito sentido para a criança, apesar de que, as vezes para os adultos, é uma fantasia irrelevante.

Nessa fase do desenvolvimento infantil, a criança normalmente é egocêntrica, de modo que não consegue colocar-se no lugar de outra de maneira abstrata. O Judô trabalha isso com os jogos, as lutas e principalmente com a graduação. À medida que a criança cresce, ela se gradua, e ela percebe que deve ser exemplo para as crianças menos graduadas, que vão seguir o mesmo caminho que ela seguiu.O judô trabalha muito com jogos simbólicos. É durante o treino que a criança cria certas fantasias para poder entender um golpe, entender a sua relação com a outra criança, entender que as vezes ela pode machucar o outro. Muitas vezes, a criança acha que o Judogi (kimono) é uma armadura que lhe dá poderes, e com isso, ela se sente capaz de usar o corpo para realizar os movimentos aprendidos, e assim, desenvolver sua capacidade motora.

O respeito pelo outro é trabalhado no judô tanto através da graduação, onde a criança mais graduada percebe que deve ser exemplo, e a menos graduada percebe que deve respeitar tanto o professor como as crianças mais graduadas, como também é desenvolvido através do treino. Uma técnica pode machucar, e por isso, não deve ser aplicada para machucar o colega de treino. A criança aprende que ultrapassar os limites do seu próprio corpo pode significar machucar um amigo, e por isso, é preciso desenvolver um auto-controle.

Os jogos tem outro papel importante nesta fase do desenvolvimento: para a criança, o jogo não é apenas uma brincadeira, mas é um modo de organizar o mundo e entender qual o seu papel nesse mundo. Por isso, muitas vezes a criança não aceita a derrota com facilidade. As vezes cria estratégias nos jogos para modificar as regras e sair sempre vencendo, pois a derrota afeta sua auto-estima.
No Judô, as competições servem para trabalhar a derrota. Desde os treinos dentro do dojo, a criança vai aprendendo que numa luta, apesar de um vencer e outro perder, aquilo é momentâneo. Em competição, isso é trabalhado ao extremo, pois a criança é colocada para lutar contra uma outra criança normalmente desconhecida, e seus pais, amigos e o seu sensei estão lá torcendo por ela. Ela sente uma obrigação maior em vencer. É fundamental, neste momento, que desde o início a criança já esteja preparada para a derrota, e entenda a derrota não como a sua incompetência, mas sim, como algo natural que ela use para crescer e desenvolve-se, sem se colocar como um eterno perdedor. Por isso, as escolas de Judô realizam campeonatos internos, pois as crianças disputam contra conhecidos e tem seus pais torcendo, e nestes campeonatos o Sensei pode, em cada luta, ensinar o papel daquela derrota, e mostrar que é através de certas derrotas que cada vez mais vencemos.

Assim, se o seu filho ainda não faz Judô, procure matriculá-lo, pois estas são apenas algumas das diversas razões em que vale a pena ver a criança crescer neste ambiente de arte marcial.




(texto adaptado daqui.)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A FILOSOFIA DO JUDÔ EM NOSSAS VIDAS (O Caminho Suave)

          Contam que Carlyle, célebre historiador escocês, quando ainda era muito moço, teve uma questão bastante grave com um dos seus companheiros. Um dia, sentindo-se insultado, declarou que ia imediatamente exigir satisfações daquele que o havia ofendido.
          Um velho professor, informado do caso, aproximou-se de Carlyle e disse-lhe:
-   Meu caro amigo. Tenho longa experiência de vida e conheço as consequências tristes dos atos impetuosos.
 -  Um insulto é como a lama que cai em nossa blusa. A lama pode ser retirada facilmente, com uma simples escova, quando já está seca.
 -  Deixe secar primeiro. Não seja apressado. Espere até que se acalme, e verá como tudo será  facilmente resolvido.
          Carlyle aceitou o conselho do professor, e o resultado foi tão feliz que, no dia seguinte, o colega que o insultara veio lhe pedir desculpas.
        Malba Tahan, nesta rica passagem, vem nos dizer que, dada a grande diversidade de temperamentos e caráteres humanos, não nos é possível viver em paz com o próximo, sem refrearmos a ira, e insistirmos na prática da mansidão.
          Nenhuma resolução sadia pode ser tomada com ímpeto.
         Às vezes, numa ação impensada, numa reação violenta, podemos comprometer séculos e séculos de nossas existências.
         Alguns segundos de desatenção, permitindo que um pequeno ato de vingança se externe, pode gerar um compromisso imenso para o futuro, através da Lei de Causa e Efeito, que prevê a colheita obrigatória de tudo aquilo que livremente plantamos.
         Vale a pena esperar. Vale a pena o esforço de conter um impulso naquele momento em que o nervosismo procura reinar.
          Devemos refletir... Contar até dez... Tomar um banho frio... Fazer uma oração, pedindo auxílio a Deus. Parar tudo que estamos fazendo e refletir para não reagir de forma impensada.
          Vale a pena o esforço. Vale a pena ter calma. Se algum dia você for vítima de uma violência, não revide.
          Quando receber injúrias, não se defenda atacando. Se for caluniado, não acumule ódio e ressentimentos em sua alma.
           Sabemos que ainda é difícil compreender e perdoar, porém precisamos começar a desenvolver esta virtude em nossos corações.
           Os maiores beneficiados seremos nós mesmos, pois deixaremos de ser depósitos de sentimentos impuros e desequilibrados, que insistem em nos fazer sofrer.
          
           Deixe secar primeiro e seja feliz!

           Muita Paz,
           JACIANO DELMIRO

sábado, 7 de janeiro de 2012

Exame de faixa verde da Associação Delmiro Judô

O exame foi realizado no dia 17 de Dezembro de 2011 na sede da Delmiro Judô e contou com a participação do Sensei DELMIRO - 5º Dan, do Prof. Jânio Delmiro - 3º Dan, do Prof. Jonas Barbosa - 3º Dan e da Profª. Ísis Delmiro - 1º Dan, que examinaram os alunos, candidatos a faixa verde, durante a apresentação das 38 Técnicas que foram avaliadas uma a uma.

Foram aprovados e promovidos os Judokas:

• Campelo
• Eduardo
• Mardesson
• Mendonça
• Sabino
• Weverson

Em pé (da esq. p/ dir.): Prof. Jânio Delmiro, Profª. Ísis Delmiro, Sensei DELMIRO, Prof. Jonas Barbosa e Jonatan,
de joelhos (da esq. p/ dir.): Mardesson, Weverson, Sabino, Mendonça, Eduardo e Campelo