Eles eram os princípios do Judô. Os princípios que inspiraram Kano na idealização do desporto.
São eles:
- Princípio da Máxima Eficácia do Corpo e do Espírito (Seiryoku Zen’Yo).
- É ao mesmo tempo a utilização global, racional e utilitária da energia do corpo e do espírito. Jigoro Kano afirmava que este princípio deveria ser aplicado no aprimoramento do corpo. Servir para torná-lo forte, saudável e útil. Podendo ainda ser aplicado para melhorar a nutrição, o vestuário, a habitação, a vida em sociedade, a atividade nos negócios na maneira de viver em geral. Estando convencido que o estudo desse princípio, em toda a sua grandeza e generalidade, era muito mais importante e vital do que a simples prática de uma luta. Realmente, a verdadeira inteligência deste princípio não nos permite aplicá-lo somente na arte e na técnica de lutar, mas também nos presta grandes serviços em todos os aspectos da vida. Segundo Jigoro Kano, não é somente através do judô que podemos alcançar este princípio. Podemos chegar à mesma conclusão por uma interpretação das operações cotidianas, através de um raciocínio filosófico.
- Princípio da Prosperidade e Benefícios Mútuos (Jita Kyoei).
- Diz respeito à importância da solidariedade humana para o melhor bem individual e universal. Achava ainda que a idéia do progresso pessoal devia ligar-se a ajuda ao próximo, pois acreditava que a eficiência e o auxílio aos outros criariam não só um atleta melhor como um ser humano mais completo.
- E quanto à polêmica Suavidade do termo "Ju", do conhecidíssimo significado do nome do nosso esporte (Judô = "Caminho Suave"), Jigoro Kano nos explica este terceiro princípio durante um discurso proferido na University of Southern California, por ocasião das Olimpíadas de 1932:
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- "Deixem-me agora explicar o que significa, realmente esta suavidade ou cedência.
- Supondo que a força do homem se poderia avaliar em unidades, digamos que a força de um homem que está na minha frente é representada por dez unidades, enquanto que a minha força, menor que a dele, se apresenta por sete unidades.
- Então se ele me empurrar com toda a sua energia, eu serei certamente impulsionado para trás ou atirado ao chão, ainda que empregue toda minha força contra ele.
- Isso aconteceria porque eu tinha usado toda a minha força contra ele, opondo força contra força. Mas, se em vez de o enfrentar, eu cedesse a força recuando o meu corpo tanto quanto ele o havia empurrado mantendo, no entanto, o equilíbrio então ele inclinar-se-ia naturalmente para frente perdendo assim o seu próprio equilíbrio.
- Nesta posição ele poderia ter ficado tão fraco, não em capacidade física real, mas por causa da sua difícil posição, a ponto de a sua força ser representada, de momento, por digamos apenas três unidades, em vez das dez unidades normais.
- Entretanto eu, mantendo o meu equilíbrio conservo toda a minha força tal como de início, representada por sete unidades.
- Contudo, agora estou momentaneamente numa posição vantajosa e posso derrotar o meu adversário utilizando apenas metade da minha energia, isto é, metade das minhas sete unidades ou três unidades e meia da minha energia contra as três dele.
- Isso deixa uma metade da minha energia disponível para qualquer outra finalidade.
- No caso de ter mais força do que o meu adversário poderia sem dúvida empurrá-lo também.
- Mas mesmo neste caso, ou seja, se eu tivesse desejado empurrá-lo igualmente e pudesse fazê-lo, seria melhor para eu ter cedido primeiro, pois procedendo assim teria economizado minha energia."
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