quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Repercussão do fim da polêmica "Catada" no judô de 2010.

A proibição às catadas de perna imposta pela Federação Internacional de Judô (FIJ) desde o final do ano passado beneficiou o Brasil, mas foi ainda melhor para o Japão. Esta é a opinião dos judocas que disputaram o Mundial de Tóquio e retornaram ao Brasil na manhã da última terça-feira.

"As meninas na Europa são muito fortes, principalmente nos golpes de perna. Então, o judô brasileiro e o japonês se deram muito bem, pois são mais técnicos e de mais movimentação. Deu uma melhorada para a gente e ficou menos perigoso", disse Sarah Menezes, medalha de bronze na categoria ligeiro.

A situação fica clara no quadro de medalhas do Mundial do Japão. Com dez medalhas de ouro, quatro de prata e nove de bronze, os donos da casa lideraram com larga vantagem em relação aos franceses (2-1-3). Já o Brasil, que passou em branco na edição de 2009 do torneio, ficou em sétimo (0-3-1).

"Os japoneses estão na frente, mas ainda tem dois anos para a Olimpíada e vai equilibrar. Certamente, nós e os europeus também vamos crescer. Sem dúvida, vai ser muito competitivo. É bom elevar o nível e também melhorou para a TV, porque ficou mais plástico", disse Tiago Camilo, que sofreu uma lesão e terminou no sétimo lugar entre os médios.

Com apenas 19 anos, a meio-pesado Mayra Aguiar não encontrou maiores dificuldades para se adaptar e aprovou a regra. No entanto, assim como Camilo, ela vê os japoneses em franca vantagem. "Tem gente que fica viciado (nas catadas) e não tem como parar, mas eu gostei. O judô japonês é praticamente em pé e para eles foi ótimo", disse.

Na medida em que o judô brasileiro tem forte influência do japonês, Leandro Cunha se viu beneficiado. "A gente vêm de um berço muito parecido. Eu já tinha essa característica do judô japonês. Deu para provar que o Brasil tem força para ganhar medalha e eu provei na minha categoria (meio-leve)", afirmou o judoca, medalha de prata em Tóquio.
O novo regulamento também garante a inscrição de até dois lutadores do mesmo país por categoria. A regra permitiu que Leandro Guilheiro vencesse o compatriota Flávio Canto no caminho para a medalha de prata na categoria meio-médio, o que, na opinião de Cunha, aumenta o nível do torneio.

"Agora, são dois japoneses, dois coreanos... Ficou muito mais disputado. A chave tem 80 adversários, você precisa de resistência e força para fazer seis lutas até o final. É muito desgastante. Eu estou cansado até agora", disse o judoca em seu retorno ao Brasil.

Fonte: Terra

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